ESTAMOS VIVENDO
EM OUTRA DITADURA
Em 1964 os mesmos patrocinadores do golpe do impeachment de Dilma uniram-se para não permitir que ocorressem as eleições de 1965, quando o Congresso e o Presidente da República seriam
eleitos na mesma eleição, pela primeira vez, após a Constituição de 1946.
Explico: Como o mandato do presidente era de cinco anos e o dos deputados e senadores, de quatro anos, só de vinte em vinte anos ocorreria a coincidência das eleições na mesma data. E não havia dúvida de que o partido do presidente faria maioria no
Congresso.
Foi para evitar que o presidente (que poderia ser Brizola) promovesse as REFORMAS DE BASE, que a UDN (o PSDB daquela época) alinhada com o capitalismo internacional foi buscar nos quarteis o apoio para o golpe. E ficamos sem poder reagir durante 25 anos.
É bem verdade que alguns reagiram. Cada um do seu modo. De nossa parte, Jornalistas e intelectuais denunciávamos as arbitrariedades, através de jornais alternativos, letras de músicas e panfletagem. Isto porque as redações dos grandes jornais eram censuradas.
Além disso, alguns jovens, acreditando que o povo iria aderir à luta
armada lançaram-se às aventuras nas matas e periferias, como se o Brasil fosse Cuba. Lembrando que Fidel e Guevara foram bem sucedidos em façanha semelhante,
não fazia muito tempo.
Aquela ditadura, apoiada pelas elites do comércio, da indústria e dos
meios de comunicação que foram cooptados com patrocínios e financiamentos com dinheiro público, fazia exatamente o que estamos presenciando.
A diferença é que os militares jogavam um jogo mais limpo. Até por que havia dentro das três forças armadas um número bem expressivo de NACIONALISTAS, que não aceitavam o Comunismo, mas combatiam o ENTREGUISMO do PSDB da época.
Outra característica da ditadura militar é que eles criavam as próprias
leis. O AI 5, por exemplo, que tirou todos os direitos dos cidadãos, inclusive o Habeas Corpus, teve prazo certo de duração (dez anos) de 1968 a 1978.
Hoje, o juiz Sergio Moro não respeita a legislação vigente, e as instâncias superiores (que parecem inferiores diante dele) não têm coragem de anular suas decisões, com medo da mídia que faz a cabeça da população. Até passaram por cima da Constituição
ao “anular” o inciso LVII do Art. 5° (LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;) só para permitir que o juiz do STM
(Supremo Tribunal da Mídia) possa manter os indiciados sob a tortura da prisão indevida, enquanto não aceitam DELATAR políticos previamente escolhidos.
O pior é que a gente está vendo ser implantado o Neoliberalismo que foi escorraçado do poder em 2002 e por mais três vezes não conseguiu vencer as eleições, em flagrante e firme posição demonstrada pela MAIORIA dos eleitores.
Enquanto isso, a mídia comprada com dinheiro público, não mostra aos brasileiros que o neoliberalismo entreguista, antinacionalista, está vendendo nossas empresas públicas por valores insignificantes, que serão pagos com PARTE do lucro do próprio negócio que receberam pronto.
Confesso que se nada acontecer em fevereiro, após a divulgação das delações, não vou assistir a mais essa humilhação com data marcada. Vinte anos de espoliação e vergonha, vendo esses bandidos concluírem a entrega do Brasil a quem PATROCINOU a assunção deles ao poder.
Ainda não sei como. Mas vou reagir.