sábado, 19 de março de 2016

COPIDESCANDO O GLOBO
Já não se faz jornal como antigamente. É bem verdade que nos anos 50, havia jornais que defendiam posições ideológicas (antes da ditadura acabar com os de oposição). E até jornalistas desqualificados que achacavam, chantageavam e destruíam imagens públicas. Alguns faziam isso para conseguir anúncios para o patrão. Mas nada se compara com o que está sendo feito pelo O Globo.
Foi por isso que decidi voltar a usar esse título (COPIDESCANDO O GLOBO) diariamente se necessário, para mostrar o que essa IMPRENSA MARRON DO SÉCULO 21 está fazendo com a nossa profissão. É uma pena.
- Na quinta-feira (17) o Globo ocupou toda a primeira página com uma só informação: O GRAMPO DO MORO, COM DILMA E LULA. Nenhuma outra informação. Nada de manchetes. Apenas chamadas de rodapé para colunistas amestrados abordando o mesmo assunto. E uma foto com a repercussão do GRAMPO.
- Na sexta-feira, (18), patrocinado pela CNI/FIESP/FIRJAN como prêmio pelo suicídio profissional do dia anterior, o Globo lançou outra novidade: DUAS PRIMEIRAS PÁGINAS DA MESMA EDIÇÃO. E tentou enganar aos principiantes ou leitores idiotas, dizendo que “No passado jornalistas fechavam UMA EDIÇÃO DO JORNAL POR DIA (sic), e hoje não seria possível, tecnicamente, mudar as manchetes sem prejudicar o assinante”. Quando todo mundo sabe que um jornal diário, em momentos como esse, imprime DIVERSAS EDIÇÕES, corrigindo apenas as matérias que sofrem alteração.
- Na mesma edição, o Globo dá destaque à fala do Ministro Celso Mello (aquele que deixou a processo da TV Paulista contra a Rede Globo na gaveta e, confesso, não sei se já julgou e como julgou) referindo-se a Lula com a frase “NINGUEM ESTÁ ACIMA DAS LEIS”.  Bem que poderia completar a frase dizendo: APENAS A GLOBO”
- Hoje – Sábado (19) – o PANFLETO que já se intitulou O MAIOR JORNAL DO PAÍS, volta a debochar de seus leitores informando que “as manifestações de ontem, em apoio ao Governo Dilma e a Posse de Lula como ministro da Casa Civil “levou às ruas 275 mil pessoas em todo o Brasil. E no infográfico da página quatro (que representa a opinião do jornal) diz que no domingo, a Av. Paulista teve 23 quarteirões ocupados, enquanto ontem, apenas 11. Excluindo-se o fato de que os 23 de domingo não estarem compactados e os onze de ontem tinha muita gente nas transversais, conclui-se (mesmo assim) que ontem havia metade do que se viu no domingo. Mas O Globo, sem qualquer constrangimento,  diz que no domingo havia 1.4 milhões de manifestantes na Paulista, e ontem apenas 80 mil”. Ora, se o Globo usasse a mesma régua, os números de ontem seriam 700 mil só na Paulista.
- VOLTANDO AOS NÚMEROS: A manifestação de domingo na Paulista teve várias vertentes: Contra Lula/Dilma; Pela volta dos Militares; Pelo apoio a Moro e a lava-jato; e contra o PSDB de Aécio, Alckmin, Serra, etc que foram vaiados e expulsos da manifestação. Já a manifestação de ontem teve um só vencedor, o Governo! Basta dividir a de domingo por quatro, para saber quem venceu.
- DETALHE: o porta-voz dos patrocinadores do golpe Jorge Bastos Moreno, informa que “Gilmar Mendes garantiu (a ele) que daria sua decisão sobre uma das ações contra a posse de lula na Casa Civil, somente na segunda-feira. O que será que aconteceu?”
Eu respondo: Na sexta-feira, Elimar Franco (página 2) havia dito que Gilmar Mendes livrou-se de uma ação judicial em 2001, com uma pedalada de FHC que lhe concedeu Status de ministro quando ocupava a AGU que não era ministério. O colunista lembrou ainda que em 2005 Gilmar foi relator da Adin contra a transformação do Banco Central em Ministério para salvar Henrique Meirelles de ser processado em primeira instância, quando aceitou a mudança. E tudo fazia crer que ele não aceitaria a liminar contra Lula, por coerência.
Mas como esperar coerência de Gilmar? Além do mais, Gilmar é sádico e não podia permitir que a militância do PT e os eleitores de Dilma/Lula passassem o fim de semana tranquilos, saboreando a gigantesca manifestação de ontem.
M. Pacheco em 19 de março, quando o Sol já está se despedindo do hemisfério Sul.
 

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