terça-feira, 16 de maio de 2017

GUERRA FRIA X TERCEIRA VIA
Não se podia fazer uma opção de neutralidade nos anos que sucederam à reunião de Breton Woods. A publicidade capitalista exigia que se tomasse uma posição entre o Capitalismo e o Comunismo. Sendo que o Capitalismo era lindo e maravilhoso (como exibiam os filmes de Hollywood) enquanto os comunistas “comiam criancinhas” como dizia a propaganda anticomunista.
Naquele tempo o Brasil despontava como líder do então chamado Terceiro Mundo, (nem comunismo nem capitalismo) resultado de um período de 15 anos sob a direção TRABALHISTA de Getúlio Vargas. E crescia tanto e tão vertiginosamente, que assustou o mundo capitalista, após o segundo mandato de VARGAS, (1950/1954 quando foi “suicidado”). Até que sofremos uma intervenção capitalista que se manteve por 21 anos (1964/1985).
É SEMPRE BOM LEMBRAR
No Trabalhismo era permitida a “empresa privada” (do Capitalismo), mas o Estado era forte o bastante para fiscalizar os trustes, monopólios, carteis e oligopólios;
A Previdência não era PRIVADA, mas também NÃO PERTENCIA AO ESTADO. A Previdência Social comandada pelos próprios trabalhadores através de Institutos de Aposentadoria e Pensões garantiam atendimento médico através de hospitais próprios, além de proporcionares aposentadoria aos seus associados após 35 anos de contribuição. E estava em pleno processo de amadurecimento quando teve seu patrimônio furtado pela ditadura, que unificou todos os institutos no INSS.
No trabalhismo, a iniciativa privada tinha total liberdade para atuar em todos os setores, inclusive no sistema financeiro, mas o Estado tinha seus bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica, etc.) para não permitir que o cartel dos banqueiros elevasse os juros como hoje se pratica inclusive com a conivência dos bancos estatais, devido a uma concepção de “autonomia” que permite ao BANCO CENTRAL legislar sobre o SISTEMA FINANCEIRO ao invés de APENAS FISCALIZAR os banqueiros.
O BNDES financiava empreendimentos públicos e privados, mas quando os empresários não se interessavam por algum tipo de atividade essencial, ou alguma região pouco lucrativa, sob o ponto de vista capitalista, o Banco de Fomento se encarregava de promover a atividade sob a tutela do Estado.
Havia também grandes colégios particulares, mas os que dispunham de melhores professores e ensino de qualidade eram Colégios Públicos (Pedro II, Militar, Escolas Técnicas, além dos mantidos pelo Sesi e Senai sob permanente fiscalização dos recursos públicos ali aplicados).
NADA É POR ACASO
Tudo isso era muito bom para os trabalhadores e para os pequenos e médios empresários. Mas péssimo para as grandes corporações e banqueiros internacionais. Daí a intervenção capitalista com o Golpe de 1964 que durou até que os militares nacionalistas assumiram o comando e ampliaram o poder das empresas estatais, desagradando aos donos do mundo;
Depois passamos por um longo período de desarrumação que culminou com o governo tucano vendendo as estatais por bom preço aos “amigos” nos anos noventa.
Até que, mais uma vez, a classe média nacionalista se associou aos trabalhistas e elegeu Lula, em 2002.
Em Tempo:
Para os mais jovens é bom não confundir o trabalhismo de Vargas, Jango, Brizola e de nós outros, com o Trabalhismo de Roberto Jefferson e outros oportunistas.

M. Pacheco em 16/5/2017

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