Terceirização
da Mão de Obra pode acabar com o Capitalismo
Em 1998, coloquei em
debate a proposta de criação de uma Sociedade Civil sem fins lucrativos, intitulada
EMPRESA
SOCIAL DE MÃO DE OBRA que seria administrada pelos próprios
trabalhadores. Cada classe profissional teria uma E.S.M.O administrada pela sua
entidade de classe.
E para justificar meu
projeto lembrei uma frase de Leonel Brizola sobre propriedade privada: “A propriedade privada é tão importante que acho que todo
cidadão deveria ser proprietário de sua residência” (se não foi exatamente assim, foi parecido).
Sobre a ESMO acrescentei: “Acho a empresa privada tão importante,
que todos os trabalhadores deveriam ser empresários”.
Pena que as entidades de
classe estão cheias de pelegos que mais parecem representantes do patrão do que
do trabalhador. Mesmo assim, eu defendo que as empresas que exploram Mão de
Obra não podem pertencer à iniciativa privada. Só o trabalhador pode explorar sua
própria força de trabalho. E ninguém melhor do que ele, para
organizar e administrar uma Empresa que vai explorar o seu bem mais precioso.
Não acredito que a mídia
patrocinada pelo patrão, bem como as Centrais Sindicais que servem mais ao
patrão do que ao trabalhador permitirão que tal sonho possa se concretizar em
curto prazo. Até porque estou certo de que ISTO SERIA O FIM DO CAPITALISMO.
PENSEM COMIGO:
Vamos imaginar que,
aproveitando a estupidez e a ganância dos empresários que patrocinaram (só Deus
sabe a que preço) a Lei da Terceirização da Mão de Obra, as Centrais Sindicais decidissem
incentivar a criação de uma EMPRESA SOCIAL DE MÃO DE OBRA em cada Sindicato a
elas associados, dando voz e voto ao trabalhador na organização e administração
da sua “Empresa”?
A partir de então,
qualquer empresário que desejasse terceirizar mão de obra teria que negociar
diretamente com a representação sindical da classe profissional que desejasse contratar
a força de trabalho;
Imaginem também que essa ESMO,
pagando bem aos seus associados, destinasse a parte que as empresas
particulares absorvem como lucro, para os serviços sociais prestados aos
trabalhadores?
Imaginem, agora, as
federações de trabalhadores pressionando o Governo para devolver-lhes o que já
foi recolhido como Contribuição Previdenciária?
E que também exigissem que
os subsídios que são doados às federações e confederações patronais para que
elas repassem como Serviço Social e Formação Profissional dos trabalhadores fossem
também transferidos para as entidades de classe dos trabalhadores?
Em pouco tempo não só o
Governo ficaria livre dos rombos da Previdência, como as entidades patronais deixariam
de ser “OBRIGADAS” a manter o Sesi, o Senai, o Sesc e o Senac para garantir (como se fosse um favor) a
assistência social e o aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores.
EM POUCO TEMPO
As Empresas Sociais de Mão de Obra, usando o que as empresas particulares
absorvem como lucro, estariam proporcionando recursos que, somados aos valores recebidos
da Previdência Social e os destinados às Entidades Patronais, se transformariam
em Assistência
Médica, Aperfeiçoamento Profissional
(inclusive de nível iniversitário) Aposentadoria e Pensão decentes para seus
associados, tirando esse “incomodo” dos ombros do Governo e dos patrões.
O Governo ficaria livre
para cuidar apenas dos Servidores Públicos Civis e Militares, e os patrões não
precisariam mais gastar tanto dinheiro com os trabalhadores, podendo investir
mais no patrocínio da mídia e construção de patos amarelos, com recursos
próprios.
A longo prazo, as ESMOs teriam condições de não só fornecer mão de obra, como dispor dos MEIOS DE PRODUÇÃO e CAPITAL. E disputar com a Iniciativa Privada a produção de bens e, quem sabe, administrar instituições financeiras?
M. Pacheco, em 08 de abril de 2017
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