sábado, 8 de abril de 2017

Terceirização da Mão de Obra pode acabar com o Capitalismo
Em 1998, coloquei em debate a proposta de criação de uma Sociedade Civil sem fins lucrativos, intitulada EMPRESA SOCIAL DE MÃO DE OBRA que seria administrada pelos próprios trabalhadores. Cada classe profissional teria uma E.S.M.O administrada pela sua entidade de classe.
E para justificar meu projeto lembrei uma frase de Leonel Brizola sobre propriedade privada: “A propriedade privada é tão importante que acho que todo cidadão deveria ser proprietário de sua residência”  (se não foi exatamente assim, foi parecido).
Sobre a ESMO  acrescentei: Acho a empresa privada tão importante, que todos os trabalhadores deveriam ser empresários”.
Pena que as entidades de classe estão cheias de pelegos que mais parecem representantes do patrão do que do trabalhador. Mesmo assim, eu defendo que as empresas que exploram Mão de Obra não podem pertencer à iniciativa privada. Só o trabalhador pode explorar sua própria força de trabalho. E ninguém melhor do que ele, para organizar e administrar uma Empresa que vai explorar o seu bem mais precioso.
Não acredito que a mídia patrocinada pelo patrão, bem como as Centrais Sindicais que servem mais ao patrão do que ao trabalhador permitirão que tal sonho possa se concretizar em curto prazo. Até porque estou certo de que ISTO SERIA O FIM DO CAPITALISMO.
PENSEM COMIGO:
Vamos imaginar que, aproveitando a estupidez e a ganância dos empresários que patrocinaram (só Deus sabe a que preço) a Lei da Terceirização da Mão de Obra, as Centrais Sindicais decidissem incentivar a criação de uma EMPRESA SOCIAL DE MÃO DE OBRA em cada Sindicato a elas associados, dando voz e voto ao trabalhador na organização e administração da sua “Empresa”?
A partir de então, qualquer empresário que desejasse terceirizar mão de obra teria que negociar diretamente com a representação sindical da classe profissional que desejasse contratar a força de trabalho;
Imaginem também que essa ESMO, pagando bem aos seus associados, destinasse a parte que as empresas particulares absorvem como lucro, para os serviços sociais prestados aos trabalhadores?
Imaginem, agora, as federações de trabalhadores pressionando o Governo para devolver-lhes o que já foi recolhido como Contribuição Previdenciária?
E que também exigissem que os subsídios que são doados às federações e confederações patronais para que elas repassem como Serviço Social e Formação Profissional dos trabalhadores fossem também transferidos para as entidades de classe dos trabalhadores?
Em pouco tempo não só o Governo ficaria livre dos rombos da Previdência, como as entidades patronais deixariam de ser “OBRIGADAS” a manter o Sesi, o Senai, o Sesc e o Senac para garantir (como se fosse um favor) a assistência social e o aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores.
EM POUCO TEMPO
As Empresas Sociais de Mão de Obra, usando o que as empresas particulares absorvem como lucro, estariam proporcionando recursos que, somados aos valores recebidos da Previdência Social e os destinados às Entidades Patronais, se transformariam em Assistência Médica,  Aperfeiçoamento Profissional (inclusive de nível iniversitário) Aposentadoria e Pensão decentes para seus associados, tirando esse “incomodo” dos ombros do Governo e dos patrões.
O Governo ficaria livre para cuidar apenas dos Servidores Públicos Civis e Militares, e os patrões não precisariam mais gastar tanto dinheiro com os trabalhadores, podendo investir mais no patrocínio da mídia e construção de patos amarelos, com recursos próprios.
A longo prazo, as ESMOs teriam condições de não só fornecer mão de obra, como dispor dos MEIOS DE PRODUÇÃO e CAPITAL. E disputar com a Iniciativa Privada a produção de bens e, quem sabe, administrar instituições financeiras?  
M. Pacheco, em 08 de abril de 2017

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