COMO FHC FEZ A CABEÇA DE LULA
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ESTE TEXTO POR CONSIDERAR BASTANTE OPORTUNO. A matéria no original pode ser acessada
pelo link:
Trata-se de matéria
publicada em agosto de 2002. Os destaques são meus:
“FH vai apelar por reformas no encontro com
candidatos”
Para sensibilizá-los, o presidente Fernando Henrique Cardoso pintará um cenário
difícil, nesta segunda-feira, quando abrir as contas públicas aos quatro
principais candidatos à sua sucessão. Entre as más notícias, está um buraco de
R$ 51,1 bilhões que seu sucessor terá que cobrir para pagar as contas da
Previdência em 2003.
Na tentativa de acalmar o mercado e mostrar que está propondo
alternativas, Fernando Henrique não tentará obter dos candidatos
apoio apenas ao acordo com o FMI, mas também a três propostas que tramitam no
Congresso: o fim do efeito cascata na cobrança do PIS/Cofins; o projeto que
cria o sistema de previdência complementar privada para o servidor público
(PLP-9) e, principalmente, a regulamentação fatiada do sistema financeiro, que
prevê, entre outras mudanças, a flexibilização do limite constitucional de 12%
de juros ao ano, e a independência do Banco Central.
O presidente também deverá sugerir a aprovação de um projeto que dobra o bônus do trabalhador que adiar seu pedido de aposentadoria. Atualmente, dependendo da idade, o adicional para quem atrasa a data da aposentadoria varia de 2% a 10%.
Essas medidas, diz um integrante do governo, servirão para atenuar a crise financeira. Mas, para o mercado, a mais importante é a revogação do artigo 192 da Constituição, sobre sistema financeiro, que permitiria, por exemplo, a independência do BC. O problema é que não há consenso e especialmente quórum para essas votações. Além disso, os primeiros colocados na disputa à Presidência - Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes – JÁ AVISARAM QUE SÃO CONTRA A EMENDA.
O presidente também deverá sugerir a aprovação de um projeto que dobra o bônus do trabalhador que adiar seu pedido de aposentadoria. Atualmente, dependendo da idade, o adicional para quem atrasa a data da aposentadoria varia de 2% a 10%.
Essas medidas, diz um integrante do governo, servirão para atenuar a crise financeira. Mas, para o mercado, a mais importante é a revogação do artigo 192 da Constituição, sobre sistema financeiro, que permitiria, por exemplo, a independência do BC. O problema é que não há consenso e especialmente quórum para essas votações. Além disso, os primeiros colocados na disputa à Presidência - Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes – JÁ AVISARAM QUE SÃO CONTRA A EMENDA.
- Para acalmar o mercado, só mesmo a desconstitucionalização do
192. Sem um grande acordo, entretanto, teríamos que pôr 480 deputados em
plenário. E isso, agora, é praticamente impossível - admitiu um dos
integrantes do governo.
Não é só. O governo terá que correr contra o tempo até para aprovar o
projeto que dá fim à cumulatividade na cobrança do PIS/Cofins. Apesar de contar
com o apoio de quase todo o Congresso - à exceção dos ruralistas - a proposta só
poderá ser votada depois da aprovação de uma polêmica medida provisória que
tranca a pauta da Câmara, além de dois projetos com urgência constitucional na
Casa. Isso nos dias 27 e 28, a pouco mais de um mês das eleições.
- O problema é que estamos a
45 dias da eleição e mobilizar o Congresso agora é praticamente
impossível - disse o líder do PMDB na
Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
O líder do PSDB, Jutahy Júnior (BA), e o vice-líder do governo no
Congresso, o deputado Ricardo Barros (PPB-PR), concordam.
Já o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ) lembra que pelo menos
uma das propostas defendidas hoje pelo presidente - o fim da cumulatividade na
cobrança das contribuições - sofreu resistência do governo e, por isso, está
estacionada no Congresso. Ele frisa ainda que foi o governo que suspendeu a
votação do PLP-9 na Câmara, após sucessivas derrotas na Casa:
- Temos que votar um mundo de medidas provisórias que estão obstruindo a
pauta. Isso é quase impossível. Quem as editou foi o presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O presidente receberá os candidatos à Presidência a partir do meio-dia.
O primeiro deles será Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. Depois dele, serão
Anthony Garotinho (PSB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB).
(Texto de Cátia Seabra, Mônica Tavares e Geralda Doca, do jornal O Globo
em 19/8/2002)
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